Depois que o bonde passa, não adianta ficar chorando!!!

Campanha-1

Com uma proposta ainda mais absurda de: R$880,00 de piso e 2,82% para os demais, o patronal passou seu recado para os trabalhadores da categoria em reunião realizada no dia 03/02. Não valorizam os que realmente carregam nas costas a carga de trabalho no teleatendimento e desrespeitam nossa categoria com esta proposta ainda mais indecorosa.

A terceira reunião das negociações da Campanha Salarial 2016 dos Trabalhadores em Telemarketing aconteceu no dia 03 de fevereiro. Nela, a diretoria do patronal mostrou que consegue se superar a cada encontro, e na ocasião, apresentaram uma proposta ainda mais insignificante que a apresentada anteriormente.

Instabilidade econômica, guerra fiscal e prática desleal de concorrência foram as justificativas colocadas na mesa pelo Sintelmark (Sindicato Patronal), que culminou com a proposta absurda de: R$880,00 para o piso salarial e 2,82% para os demais trabalhadores da categoria.

Piso salarial R$880,00 e 2,82% para os demais: absurdo patronal!!!

 
O que imediatamente foi repudiada pelo Sintratel (Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing), já que está muito aquém da proposta contida na pauta de reivindicações dos trabalhadores: R$ 1.300,00 – Piso e 11,26% para os demais.
Todavia, as alegações do patronal reforçam cada vez mais a tese, que o Sintratel sempre defendeu, e defende, da necessidade e urgência da Regulamentação da Profissão, onde a instituição de um piso salarial em âmbito nacional e regras na relação Trabalho x Capital sejam uma realidade para os trabalhadores da categoria. Assim, os patrões não ameaçariam mudar para outros Estados, onde hajam trabalhadores desorganizados, flexibilização das leis trabalhistas e a ausência de Convenções Coletivas celebradas.
O Sintratel, está na luta pelo Piso Nacional do Operador em conjunto com outros sindicatos do setor, mas enquanto isso não acontece, chantagem, é o que reina nas mesas de negociações. Sabemos que nas tratativas, ambos os lados devem ceder, mas neste caso estão nos convidando apenas para pagar a conta e claramente querem maximizar sua lucratividade às custas da intensificação da exploração nas centrais de atendimento e demais setores das empresas. Além disso, reafirmaram nossa data-base, garantindo que o reajuste será retroativo a 1º de Janeiro, mas que as clausulas sociais sequer seriam discutidas, ou seja, pioraram as propostas e se mostraram ainda mais intransigentes.
Enquanto isso nas operações, as demissões desmotivadas, o controle rígido - até mesmo nas idas ao banheiro, as pressões por metas e pontuações, os assédios morais constantes, dentre várias outras práticas, que fazem parte da (des)organização que impera nas centrais, só vão aumentando. Fazendo com que o estresse e o adoecimento sejam a bonificação garantida para esta categoria que tem perfil definido: jovens, negros e mulheres. No setor, encontram a tal das “oportunidades”, mas de portas abertas para as precarizações das relações de trabalho. Onde comumente escutamos frases como: “não está contente, peça as contas”, “não bateu a meta, porque é incompetente”, “só pode ir ao banheiro na sua pausa”, pois são as práxis dos superiores nas centrais.
Toda essa realidade somada a esta proposta pífia em nossos salários, fazem com que, indignação e inconformação, sejam, ainda mais, nossas palavras de ordem nesse momento que atravessamos. Pois nossos salários têm, no mínimo, que acompanhar a inflação do período (11,26%) que vem corroendo nosso poder de compra e intensificando o abismo às nossas necessidades básicas para uma vida digna, nos levando a crer: 2,82% é uma vergonha!!!

Mobilização é o caminho!!!

Diante da intransigência, desvalorização e desrespeito aos trabalhadores pelo patronal, cada vez mais nossa Campanha segue rumo a radicalização. Pois ao invés de melhorar sua proposta, os patrões a pioraram. Gerando um impasse através dessa oferta, que sequer contempla os índices inflacionários do período. Nossa alternativa??? A luta pelos nossos direitos. Somos nós quem produzimos os serviços e as riquezas das empresas e dos patrões, e devemos usar isso para pressioná-los e conquistarmos um reajuste digno para a categoria. Durante as próximas semanas estaremos nas portas das empresas realizando atos e assembléias itinerantes, informando e consultando tod@s dos rumos que devemos adotar.
Operação tartaruga, paralisações relâmpagos e até mesmo a greve (direito previsto na Constituição), devem ser utilizados em momentos de impasses e intransigências como esse. Mobilize-se juntamente as/os suas/seus companheir@s de trabalho e venha somar nessa luta por salários justos e condições de trabalho dignas.

Pois, depois que o bonde passa, não adianta ficar chorando!!!