Mundo Sindical

Durante os dias 30 e 31 de julho e 01 de agosto, os secretários do Jurídico e de Relações Institucionais e Imprensa do Sintratel, Alberto Paiva e Marcisio Moura, representaram a entidade no Seminário de Formação realizado pela UGT-SP no Centro de Eventos da Fecomerciários, localizado no município de Praia Grande-SP.

O evento, que tratou desde questões estruturais e organizativas dos sindicatos, passando pelas atuações politicas e a realidade conjuntural do país, a fim de proporcionar um melhor desempenho das entidades diante das mazelas causadas pelas leis que entraram em vigor com a Reforma Trabalhista, cumpriu papel fundamental na capacitação dos que puderam acompanhar os debates.

Técnicos do DIEESE, juristas e acadêmicos se revezaram em várias exposições durantes os 3 dias de atividades, e em todas elas corroboraram com a realidade da precarização que os trabalhadores brasileiros ficaram, ainda mais, submetidos com a implementação da nova legislação. Tanto constatadas pelas categorias ali representadas por suas lideranças, como em todo mercado de trabalho brasileiro, conforme as elucidações dos palestrantes se apresentavam. 

A cada explanação, o engodo da geração de empregos por trás da aprovação da reforma ficava mais nítido, já que esta foi a principal justificativa para sua implementação, mas sem sucesso. 
Quando, não, vinha à tona a má qualidade dos ínfimos empregos que estão sendo gerados. 

Para isso, apontaram, inclusive, as vagas com jornada reduzida, trabalho remoto, além do tão criticado trabalho intermitente, onde os trabalhadores ficam a disposição dos patrões, mas recebem apenas pelas horas que efetivamente “entram em campo”. 
Como se comparássemos a um jogo de futebol, onde somente o jogador que entrasse em campo seria remunerado, já o que ficasse no banco de reservas e não jogasse, não receberia nada. 

Uma situação que beira a servidão e é inaceitável.

Além disso, os apontamentos mostram que a precarização têm sexo, raça e idade. Se for mulher, negra e jovem, mais explorada e discriminada é. 

E para piorar, num cenário econômico caótico, "onde até o botijão de gás está sendo comprado parcelado" (como foi denunciado em plenário), situações análogas à escravidão, têm sido constatadas com maior frequência, inclusive, em São Paulo - estado mais rico da federação. 

Enfim, estas são as tristes cenas que compõem o raio-x da nossa realidade, e que devemos combater sem poupar esforços.      

Outros pontos fortes que permearam os debates foram: a desindustrialização, a falta de investimento nas estatais e a entrega de nossas riquezas para o capital estrangeiro, que juntamente as constantes tentativas de acabar com a Previdência Pública e o Sistema Único de Saúde, evidenciam o discurso manipulador midiático: onde tudo que é privado, é eficiente, e tudo que é público, não.

A análise conjuntural foi o ponto de partida para os debates.
Muito bem apresentada com uma aula de história, sociologia e muita informação com o professor da 
Universidade Federal Fluminense, Jessé José Freire de Souza, ou, Jessé de Souza, como é conhecido.
Formado em sociologia, o pesquisador, que atua nas áreas de 
teoria social, desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo, deu uma injeção de ânimo aos participantes, que valeu, não só, para os dias do Seminário, mas para que possam regressar às suas bases, revigorados e dispostos, para o árduo embate que o capital, cada dia mais, vem nos exigindo.

ELEIÇÕES 2018

O tema eleições 2018 teve presença garantida em todos os debates que se realizaram. 

Pois diante da realidade de enorme desemprego e economia fragilizada, fica evidente que os mais afetados são as trabalhadoras e os trabalhadores. 

A reversão desse quadro se dará somente através da eleição de uma liderança que seja sensível aos nossos anseios, assim como em conteúdos de grande relevância, como: educação, moradia, segurança, transporte, que se fazem extremamente necessários.

E é exatamente nesse contexto que temos a chance concreta de dar um basta nesse retrocesso que estamos vivenciando. Votando, não só, num candidato à presidência que represente nossa luta, mas também em senadores, deputados federais e estaduais, assim como em governadores, comprometidos de fato com nossos interesses.

O recado que fica nítido e acende o sinal de alerta neste momento, é que somente o voto consciente em candidaturas progressistas, comprometidas de fato com os anseios da classe trabalhadora, poderá trazer novos rumos ao nosso país e, consequentemente, às relações de trabalho tão desgastadas pós-reforma, que afetam diretamente as vidas e os bolsos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

O LEGADO

Finalizado o Seminário, a Diretoria Gestora da União Geral dos Trabalhadores do Estado de São Paulo submeteu à apreciação dos participantes os principais encaminhamentos originados nos três dias de trabalho e que se constituirão em diretrizes unitárias da Central. 
São eles: 

1)  Desenvolver e incentivar ações unitárias de resistência à reforma trabalhista como com a assinatura de convenções e acordos que mantenham e ampliem direitos;

2)  Realizar eventos regionais para subsidiar os sindicatos filiados como na sindicalização, na comunicação, na uniformidade de ações sindicais e junto a outros temas ligados ao mundo do trabalho, participando de manifestações contra as reformas neoliberais, a exemplo da previdenciária e no ato de 10 de agosto, organizado pelas centrais e denominado “Dia do Basta! Em defesa do emprego, da aposentadoria e dos direitos trabalhistas! Dia Nacional de mobilização e paralisações”;

3)  Ter presença efetiva nos locais de trabalho. Sindicalizar, inclusive para a UGT-SP, e valorizar a representatividade;

4)  Investir na formação político-sindical;

5)  Atuar firmemente pelas eleições dos legítimos representantes dos trabalhadores nas eleições de 7 de outubro.

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