Na Mídia

Muitas vezes empoeirado, perdido na bagunça de uma mesa de trabalho que oculta sua posição como janela para a transformação digital e de negócios que está em curso, o monitor de computador precisa ser recriado.

 

Nos próximos dez anos, será mais comum que os locais de trabalho abriguem múltiplos monitores, de diversos tipos e tamanhos, entre os quais telas de computador e de tablet, e displays que facilitam experiências de realidade virtual e aumentada.

 

As chamadas “experiências ambientais”, nas quais mundos virtuais e físicos se combinam em tempo real por meio de diversos aparelhos e displays, se tornarão a norma.

 

“Vai haver mais e mais displays, para todos esses aspectos da vida, o que dará ao usuário uma experiência contínua”, disse Tuong Nguyen, principal analista do grupo de pesquisa Gartner, cuja especialidade são as tecnologias e tendências emergentes.

 

Novos locais de trabalho emergirão, com displays múltiplos e telas maiores, panorâmicas, em grande parte porque os dados estão se tornando o foco central de todos os setores, o trabalho multitarefas é necessário e os trabalhadores mais jovens exigem produtos de melhor qualidade nos seus escritórios, segundo Bert Park, vice-presidente sênior e diretor-geral de software e periféricos da Dell, subsidiária da Dell Technologies.

 

Os displays de computador continuarão a ser “pontos de ancoragem” para a produtividade do trabalho, porque a demanda por visualizar dados, o que inclui gráficos e tabelas, continuará a crescer, diz Park.

“Muita gente executará múltiplas tarefas, o que significa que mais espaço de tela será necessário”, afirmou.

 

Pode ser que ter telas maiores, ou telas separadas para email, videoconferências e tabelas, por exemplo, se tornem comum também para trabalhadores de outros setores, além das finanças, que hoje precisam alternar múltiplas janelas em uma só tela. 

 

Telas separadas podem resultar em economia de tempo, elevar a produtividade e possivelmente ajudar os trabalhadores a recordar os fatos corretamente.

 

Displays transparentes, como os headsets de realidade virtual e aumentada que sobrepõem imagens geradas por computador ao campo visual real do usuário, também podem se tornar mais comuns no ambiente de trabalho, dentro de três a cinco anos, diz Park.

 

Empresas já começaram a testar headsets e tablets de realidade aumentada, primariamente para orientar trabalhadores sobre processos industriais e de manutenção. A demanda por displays de realidade aumentada também pode se estender à pesquisa e desenvolvimento e ao design de produtos, disse Park. 

“O profissional poderia começar a construir a próxima versão de um produto e introduzir melhoras via realidade virtual de modo interativo.”

 

A divisão espacial da Lockheed Martin está usando headsets de realidade aumentada para acelerar o aprendizado dos engenheiros sobre os processos de construção de espaçonaves, por exemplo.

 

Os dispêndios mundiais em realidade aumentada e realidade virtual devem atingir US$ 20,4 bilhões neste ano, de acordo com a IDC, empresa de pesquisa de mercado. Isso representa um grande salto ante o investimento estimado de US$ 12,1 bilhões em 2018.

 

Os trabalhadores mais jovens, entre os quais os da geração milênio, abraçarão essas novas tecnologias e ajudarão a popularizá-las nos locais de trabalho, disse Park. Mas trabalhadores mais velhos também optarão por usar os novos displays e headsets para a solução de determinados problemas, ele acrescentou.

 

A realidade virtual, que envolve o uso de headsets que permitem interação com representações digitalizadas mas que parecem reais, está avançando na força de trabalho, se bem que em ritmo mais lento, disse Park.

 

A empresa de entregas UPS, por exemplo, usa a realidade virtual para simular a experiência de dirigir seus caminhões, antes que motoristas novos comecem a trabalhar nas ruas. 

 

A Genentech, divisão da Roche Holding, está usando a realidade virtual como ferramenta de treinamento para cirurgiões oculares, em um teste clínico que executivos esperam que conduza ao uso generalizado da tecnologia.

 

Os headsets de realidade virtual terão de superar alguns desafios nos próximos anos. Como ficam muito perto dos olhos do usuário, a resolução precisa ser maior para oferecer “imagens reais”. 

 

A informação em tempo real é importante nos negócios, e por isso a tecnologia dos chips precisa evoluir para resolver questões de latência que retardam a informação, ele disse.

 

O futuro da realidade virtual e da realidade aumentada depende em muito do sucesso da tecnologia 5G de comunicação sem fio, que pode resultar em redução considerável da latência.

 

“A tecnologia que temos hoje está na adolescência”, disse Nguyen, do Gartner. 

 

“Parece já ser crescida, mas ainda terá de passar por diversas fases incômodas.”,

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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