Mundo Sindical

Vários temas importantes para a organização e as lutas dos trabalhadores estão em debate com dirigentes dos Sindicatos filiados, entre eles o Sintratel, e convidados qualificados no seminário da UGT “Trabalhadores e Trabalhadoras em Tempos de Crise: Construindo Alternativas”

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Ao som de Rolando Boldrim, com a poesia de Catullo da Paixão Cearense, e palavras da senadora Marta Suplicy, teve início na manhã de segunda-feira, 25/04, no Novotel Center Norte, SP, o Seminário “Trabalhadores em Tempos de Crise: Construindo Alternativas”. Uma realização da União Geral dos Trabalhadores (UGT) em parceria com a Unicamp, como parte da programação do Dia Internacional do Trabalho, 10 de Maio.

O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, abriu o evento ressaltando a importância dos operários de chão de fábrica, destacando as atividades da senadora Marta Suplicy nos campos de atuação política ao lado dos trabalhadores, seja no ministério, na prefeitura paulista e como senadora.

Para a senadora, apesar do período difícil, vem rumando um novo momento.   “Nós brasileiros acompanhamos com a apreensão o clima de inflação, instabilidade e desemprego. Hoje vemos um governo extremamente fragilizado, com a economia esfarelando, um país paralisado. Mas vamos contruir um novo momento, com o novo governo dialogando com as centrais. A gente tem que se dar as mãos e fazer a roda girar no sentido que a gente acredita, fazendo essa luta da melhor forma possível. Estamos juntos nessa luta, a UGT sempre foi uma parceira ajudando a construir um Brasil melhor”, evidencia. 

Ricardo Patah enfatiza que o quadro político da UGT não irá permitir mais perdas que aquelas que os trabalhadores já tivera. “A UGT quer um Brasil melhor com inclusão social. A nossa política é a do trabalhador. Temos que continuar a lutar pelo direito da mulher. Queremos participar com contribuições maiores”, afirma. 

O deputado estadual Claudio Marcolino destacou os feitos de 12 anos de governo, apesar da crise de hoje. “Hoje estamos em um momento de crise, não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias, mas não podemos abrir mão de lutar e defender os direitos dos trabalhadores, ampliando e conquistando”, defende.

Para o economista e ex-ministro do trabalho Walter Barelli, estamos construindo um novo período. “Estamos com desemprego, queda salarial, momento oportuno para pensaros conujuntamente em criar alternativas. Essa é a palavra que a UGT deve dar a todo o Brasil: alternativa e os trabalhadores sabem o que deve ser feito”, reforça.

Os compaheiros Bira (presidente da CGTB) e Juruna (secretário-geral da Força Sindical) estiveram presentes, mostrando que independente da posição política, o importante é a unicidade sindical, para que o povo cresça, que a juventude possa trabalhar e o Brasil poder crescer.

 Para o professor Denis Gimenez, Cesit (Centro de Estudos da Unicamp), essa parceria da UGT com a universidade é importante, porque o momento é de reflexão para encontrar alguma saída para que se possa conduzir o Brasil a um momento melhor. 

Cassia Bufelli, secretária-adjunta da Mulher da UGT lembrou que na luta da mulher, as alternativas que devem ser construídas, as mulheres querem ser sujeitas e protagonistas. “Quremos construir alternativas para constuir um Brasil melhor, para deixarmos como legado aos nossos filhos. O maior legado brasileiro é a gente viver as diferenças, buscando construir uma igualdade.” 

Roberto Santiago, presidente do Instituto de Altos Estudos (IAE) da UGT - parceiro na organização do seminário - reforça que a responsabilidade é com a representação dos trabalhadores. “Nós temos nossa responsabilidade sindical triplicada. Quanto mais dividirmos, pior para os trabalhdores, temos que ter responsabilidade de encaminhar as propostas dos trabalhadores. É o fim dessa crise que temos que trabalhar.”

Chiquinho, secretário de Organização de Políticas Sindicais da UGT e organizador  do seminário finaliza que é preciso refletir para indicar caminhos. “A UGT, com 1246 sindicatos filiados, representando 10 milhões de trabalhadores, não pode admitir o desemprego.São 100 mil empresas que fechram suas atividades.  Não podemos apontar o dedo e buscar os culpados, mas buscar saídas para aqueles que estão sem emprego. Os perigos estão rondando. Esse trabalhador ainda nos têm (movimento sindical), como escudo para manter seus direitos. Quais são os rumos que vamos tomar? Porque de forma contrária, a desgraça vem a galope e num volume muito grande. Queremos ser o condutor desse país. Devemos continuar.”

Seminário da UGT levanta a responsabilidade social e questiona os grandes negócios de eventos internacionais

Na sequência das atividades do primeiro dia de evento, a mesa inicial abordou a “Crise Política e Econômica do Brasil e o Cenário Internacional: quais as bases para um projeto de desenvolvimento inclusivo e sustentável”, reunindo renomados pensadores como Waldir Quadros, economista e professor da Faculdade de Campinas (Facamp); Luiz Alberto Aranha Machado, vice-diretor e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e Alberto Aggio, historiador e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Waldir Quadros alerta que nesse momento truculento é preciso entidades mais serenas. Vê como positiva a aboradagem da UGT e ele mesmo seguiu o panorama de refletir a crise pelo aspecto social. “Nos últimos 14 anos, a sociedade brasileira avançou em diversos aspectos. Um deles foi a diminuição da miséria e empoderamento das classes sociais. Com a crise atual, a sociedade passou a perder o que conquistou nos últimos anos, como se voltasse ao patamar que se encontrava antes dos avanços conquistados, quando então havia diminuído a pobreza.”

Para Aggio, é necessário que a população retome a palavra ‘democracia’, pois atualmente ela só é usada para ressaltar que não vai ter golpe. “Contudo democracia é mais do que isso, é olhar além, para o futuro. Como na política não existe espaço vazio, é preciso que todos tenham responsabilidade pelos seus atos.”

Luiz Albero Machado fez uma avaliação histórica do cenário político e disse que apesar da gravidade, a situação brasileira ainda é melhor do que há 20 anos, período em que a inflação chegou a 2 mil por cento ao ano.

Machado ainda ressalta que no cenário internacional os EUA continuaram crescendo sem reajustes, a China vive um processo de desaceleração e crescerá em média 7% ao ano, a União Europeia é a mais fraca dessas três potências, mas se mantém firme muito por conta da Alemanha e enfatizou a Índia como grande potência que está em franco desenvolvimento, mas, que assim como o Brasil, não está conseguindo enfrentar a grande desigualdade social do país.

A segunda rodada teve como temática o Trabalho e Esporte: os impactos nas Olimpíadas, com o jornalista Juca Kifouri e Marcelo Proni, professor da Unicamp.

Proni chamou atenção para o legado olímpico, abordou o descompromisso com os aspectos sociais e ambientais e o alto investimento para implantação dos jogos, questionando as políticas públicas.

Proni vê no movimento sindical o papel de ser ativo nesse legado. “Não sou contra os eventos e as grandes obras desses eventos esportivos, mas deveria ser custeado pela iniciativa privada, pois quando é usado dinheiro público, outros setores fundamentais para a sociedade ficarão sem fianciamento. Antes de começar as obras é preciso fazer o cálculo do custo de oportunidade, que é avaliar o retorno do que isso vai dar, pois até na Inglaterra, onde a popuplação que tem práticas esportivas rezoáveis,  não sabia o que fazer com seus estádios e legaram os custos altos na obras.”

 Juca Kifouri lembra de nações desenvolvidas como Suíça e Suécia, que disseram não para a realização das Olimpíadas, por verem como prioridade outros investimentos para a população. Para ele, o papel de nós, como trabalhadores, é exigir que nos ouçam.

 “Os Jogos Olímpicos não é jamais um primeiro passo para transformar o país numa potência olímpica, mas o coramanto esportivo deve ser visto como fator de prevenção de doença. O Ministério do Esporte deveria ser o da Saúde, não ter como foco fazer campeões olímpicos, mas deveria ser um dever do cidadão, que o governo tenha no esporte a preocupação com a saúde para toda a criança,  jovens e terceira idade”, analisa Kifouri.

Também foi aboradada a questão do Jogue Limpo, causa que a UGT vem abraçando desde 2010 em prol do trabalho decente para a Copa 2014 e agora para as Olimpíadas 2016, qual o papel do Comitê Olímpico Internacional (COI) com cuidado aos trablhadores.

Nilson Duarte, presidente da UGT-Rio e do Sindicato da Construção Civil do RJ, levantou os acidentes nas obras do Maracanã e o gasto de R$ 97 milhões para finalizar o estádio para a Copa, mais os milhões investidos agora para as Olimpíadas.

Fonte: Portal UGT

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