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O home office e a realidade do Trabalho em nossas vidas

Por: Marcísio Moura - Diretor de Comunicação & Imprensa
Sintratel-SP

Em tempos de Pandemia mundial, surto de coronavírus e diversas mudanças de hábitos, a necessidade de isolamento e a adoção de várias regras se fizeram necessárias para evitar a contaminação e preservar a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras das categorias decretadas como essenciais.
O trabalho, como conhecíamos, já não é mais o mesmo.
Se no século XVII a Revolução Industrial levou os trabalhadores às fábricas, onde as condições de trabalho eram insalubres e exploratórias, no século XXI presenciamos o fim da era industrial e o início da era da informação, da valorização dos serviços, da criatividade e da produtividade (que alguns chamam de "quarta onda”), trabalhar em casa se torna uma tendência, ampliada por uma Pandemia, que reforçou ainda mais esta tendência, intensificando a presença do trabalho nos lares do mundo todo.  

O COVID-19 causou inúmeras mudanças, em diversas áreas; comportamentais, estruturais, físicas, psíquicas e, inclusive, na forma de como o mundo do trabalho teve que se adaptar. As ferramentas virtuais nunca foram tão imprescindíveis, o trabalho à distância tornou-se regra e ohomeofficetornou-se um grande aliado nesta luta para preservar vidas e como uma alternativa viável, tanto para os que empregam, como para os que laboram.

Se num levantamento divulgado em dezembro 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já apontava que, 3,8 milhões de brasileiros, em 2018, trabalhavam dentro de casa, o chamadohomeoffice, o que tratava-se de ser o maior contingente de pessoas nesta condição de trabalho já registrado foi superado, pois nesse período de Pandemia ganhou um contingente ainda maior.

Em nosso setor, de acordo com estimativas cedidas pelo SIntelmark, aproximadamente 50% do contingente dos que trabalham foram realocados nessa modalidade.Mas apesar de vários pontos positivos, como: eliminar o deslocamento - tão desgastante em metrópoles, como no caso de São Paulo, onde existem casos de trabalhadores que perdem até 3, 4 horas no trajeto casa/trabalho -, comodidade, economia, conforto e até mesmo reflexo no aumento da qualidade de vida que proporciona, esta prática exige cuidados por parte dos profissionais que estão nesse formato de trabalho, que devem administrar o tempo para não extrapolar suas jornadas e transformar sua casa em ambiente de trabalho. Já as empresas devem se organizar para evitar problemas trabalhistas.
  
Vale ressaltar, que os cuidados com a administração do tempo para não extrapolar jornada devem ser redobrados.
Já existem pesquisas que apontam para o aumento da adesão desse formato, mas também chamam a atenção para a solidão que este forma de trabalho pode causar, além de acarretar a perda de produtividade. Além disso, trabalhar à distância, longe do contato dos colegas de trabalho pode gerar desânimo, solidão, falta de estímulo, sem alguém para incentivar, dar opinião ou compartilhar experiências.Se a adesão se deve ao aumento da alta do trabalho informal, também é verdade afirmar que tem reflexos da reforma trabalhista de 2017, que ceifou diversos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, mas que no seu conteúdo regulamentou o trabalho em casa.Fato é, que esta prática está entre nós e devemos refletir, debater e criar uma visão muito mais aprofundada sobre esse tema.

Se por um lado existem males que vem para o bem, existe também o bem que vem para o mal. Pois já existem correntes que defendem tal formato para tirarem ainda mais proveito, com a velha máxima neoliberal: maximizar lucros, minimizar direitos. Como exemplo podemos citar uma transmissão ao vivo, promovida pelo próprio banco Santander, onde seu presidente, Sergio Rial, disse que essa abdicação voluntária de benefícios ou parte do salário faria sentido para o funcionário que optasse pelo trabalho remoto, uma vez que gastaria menos tempo e dinheiro para ir até a empresa. “Se tudo isso te poupa tempo, você deixa de gastar com combustível, tua vida fica mais fácil até sob o ponto de vista econômico, por que não dividir algumas coisas dessas com a empresa? Por que não pode ser um voluntário com a abdicação de algum benefício, de algum salário?”, afirmou o presidente do banco no vídeo, onde mostra os bancos, sendo os bancos.

A partir deste exemplo já podemos entender a importância deste debate, e que se o trabalhador não se apropriar e ter sua visão do processo, certamente o farão por ele. Mas não com o nosso viés. Salários, benefícios, direitos, controle, dentre vários outros pontos, estarão no bojo desse debate. Certo é, que passada essa Pandemia o trabalho, assim como o mundo que conhecemos, não será mais o mesmo e ohomeofficeserá cada vez mais realidade nas vidas dos trabalhadores e trabalhadoras.
 
* Diante da realidade desse cenário e de tantas outras questões que estamos vivenciando em nosso país, o Voz Ativa, conversou com o Deputado Estadual, Orlando Silva, que nos deu seu ponto de vista sobre a Pandemia, a MP 936, as mudanças que o mundo do trabalho vem sofrendo, como isso reflete no Congresso, onde o "mar não está pra peixe" pros trabalhadores e suas ações para tentar barrar essa sucessão de retrocessos que temos assistido neste (des)governo do capitão cloroquina em nosso país. (Veja a entrevista nas páginas do Voz Ativa em nosso site.)
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