Teve início na segunda-feira, 2 de junho, em Genebra, na Suíça, a 113ª Conferência Internacional do Trabalho, promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O evento, que reúne representantes de governos, empregadores e trabalhadores de 187 países, é considerado um dos mais relevantes fóruns globais para debater os rumos e os desafios do mundo do trabalho.
Ao longo da conferência, estão sendo realizados painéis e encontros multilaterais que tratam de temas urgentes e atuais, como a plataformização das relações de trabalho, a transição do emprego informal para o formal, os impactos da crise em Gaza no mercado de trabalho, além da luta por trabalho decente e das estratégias internacionais para enfrentar o desemprego e as desigualdades crescentes.
Essas discussões ecoam diretamente os desafios enfrentados diariamente pelos trabalhadores e trabalhadoras de telemarketing no Brasil. O Sintratel — sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing de São Paulo — acompanha com atenção os desdobramentos da Conferência, especialmente nos temas que envolvem a digitalização acelerada, o uso da inteligência artificial e as novas formas de controle e gestão de pessoas por algoritmos. Essas tecnologias têm sido incorporadas pelas empresas do setor, muitas vezes sem diálogo com os trabalhadores e sem garantias de direitos básicos.
A plataformização e a automação no teleatendimento, por exemplo, têm gerado sobrecarga, precarização e insegurança quanto à manutenção dos empregos. É fundamental que esse processo seja regulado, com participação ativa dos sindicatos, garantindo que a inovação tecnológica sirva para melhorar as condições de trabalho — e não para eliminar postos ou intensificar a exploração.
O Sintratel defende, assim como a OIT propõe em seus princípios, que a transição para o futuro do trabalho seja justa e centrada no ser humano. A luta por formalização, valorização da jornada, saúde mental no trabalho e proteção contra demissões arbitrárias são pautas que precisam estar no centro dessas discussões globais. Afinal, o que está em jogo é a dignidade de milhões de trabalhadores invisibilizados, que mantêm funcionando os serviços de atendimento de grandes empresas, mas enfrentam condições cada vez mais precarizadas.