O Sintratel vem recebendo denúncias de trabalhadoras e trabalhadores da empresa AUDAC, que prestava serviços terceirizados para a Sabesp, relatando situações de coação e constrangimento no ambiente de trabalho. Segundo os relatos, diante do encerramento do contrato entre a AUDAC e a Sabesp, que se dará em 31 de maio de 2025, os funcionários estariam sendo orientados a “pedir demissão” ou a “aguardar” novas diretrizes sem qualquer formalização de dispensa por parte da empresa. Essa prática, além de injusta, contraria frontalmente os direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e demais normativas que protegem a classe trabalhadora brasileira.

O sindicato repudia veementemente qualquer tentativa de transferir ao trabalhador ou à trabalhadora a responsabilidade pela extinção do vínculo empregatício em uma situação que é de inteira responsabilidade da empresa. Se não há mais produto ou contrato que justifique a manutenção do posto de trabalho, é dever do empregador realizar o desligamento formal, garantindo todos os direitos trabalhistas previstos em lei — como aviso prévio, liberação do FGTS, multa rescisória, saldo de salário, férias e 13º salário proporcionais, entre outros.

Obrigar ou induzir um trabalhador a pedir demissão para que a empresa se exima de seus compromissos é não só antiético, como também ilegal. Tal prática configura fraude trabalhista e pode gerar sérias sanções legais. O Sintratel reafirma que está acompanhando de perto toda a transição entre a AUDAC e a nova prestadora de serviços, a PROVIDER, com atenção redobrada para que nenhum trabalhador ou trabalhadora sofra prejuízo nesse processo.

Em nota oficial enviada ao Sintratel, a empresa AUDAC nega as denúncias feitas pelos trabalhadores e afirma:

“Conforme já informado aos SR. Diretores, com o término do contrato entre a AUDAC e a SABESP, previsto para 31/05/2025, queremos reforçar nosso compromisso com a preservação dos empregos e a transparência nas relações de trabalho, reafirmando que nossa intenção não é, em hipótese alguma, promover demissões desnecessárias ou forçadas.

A AUDAC está ciente da importância da estabilidade e segurança no emprego para seus colaboradores. Por isso, informamos que os funcionários da AUDAC designados para a operação na SABESP, que não puderam ser realocados em outras operações internas, receberam suas cartas legais de demissão. A AUDAC está facilitando que a PROVIDER, nova prestadora de serviços para o produto da SABESP, convide e selecione candidatos para a nova operação, conforme o interesse mútuo entre os funcionários e a PROVIDER.”

O Sintratel reconhece a importância da nota, mas alerta: se a conduta relatada pelos trabalhadores persistir, o sindicato tomará todas as providências legais cabíveis para proteger a categoria. Nenhum direito será negociado, e nenhum abuso será tolerado.

Por isso, reforçamos: caso você, trabalhadora ou trabalhador, esteja sendo coagido a pedir demissão ou sendo induzido a aceitar acordos fora da legalidade, entre imediatamente em contato com o Sintratel. Formalize sua denúncia. Somente com a união e o apoio mútuo é possível garantir que o justo seja exercido.

O sindicato está de olho, atento e ao lado da categoria! Nenhum direito a menos!