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Mulher de 61 anos trabalhava para a família há 20 anos, não tinha salário fixo desde 2011 e estava sem acesso a banheiro

 

Uma mulher de 61 anos foi resgatada de uma casa na região do Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, por viver em situação de trabalho escravo contemporâneo, além de ter sido abandonada no imóvel após os patrões se mudarem.

 

A moradora da casa, Mariah Corazza Üstündag, 29, chegou a ser presa em flagrante na quinta-feira (18), mas foi solta após pagar fiança de R$ 2.100. O marido dela, Dora Üstündag, 36, também foi indiciado pela Polícia Civil.

 

Mariah é executiva de uma grande empresa de cosméticos, segundo seu perfil no LinkedIn. Ela é filha da cosmetóloga Sônia Corazza, conhecida consultora na indústria de produtos de beleza.

 

Nesta quinta (25), a Justiça do Trabalho em São Paulo atendeu parte de um pedido feito pelo Ministério Público do Trabalho e bloqueou os bens dos três até a soma de R$ 1 milhão. Também determinou a liberação de três parcelas do seguro-desemprego para a vítima.

 

Segundo a procuradora do trabalho Alline Pedrosa Oishi Delena, que acompanhou a operação e assina o pedido judicial, a denúncia de trabalho escravo e violação de direitos humanos foi feita por meio do Disque-100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

 

A casa indicada na denúncia tinha, no portão, diversos placas de anúncios para venda. Lá dentro, a equipe encontrou uma mulher vivendo sozinha em um quarto nos fundos do terreno. A casa principal estava trancada e vazia. A porta precisou ser arrombada.

 

O quarto em que a mulher vivia, segundo a procuradora Alline, era uma espécie de depósito e tinha cadeiras, estantes e caixas amontoadas. Um sofá velho era utilizado como cama. Não havia banheiro disponível.

 

A idosa soube que os patrões tinham se mudado porque vizinhos contaram. A mudança teria ocorrido em uma madrugada, dias antes. Segundo a denúncia, ela teria dito aos vizinhos com quem conversava que só iria embora quando recebesse os seus salários.

 

Desde o dia do resgate, a doméstica está abrigada na casa de um morador da mesma rua. No pedido cautelar feito à Justiça nesta semana, o MPT pediu que o casal fosse obrigado a pagar uma pensão no valor de um salário mínimo.

 

“Nossa preocupação é que ela tenha alguma renda para se sustentar, pois não tem vínculos familiares, nem outro lugar para ir”, explica a procuradora do trabalho. A Justiça, porém, decidiu ouvir os envolvidos antes.

 

A relação da família Corazza com a vítima começa em 1998, segundo o MPT, quando ela é contratada por Sônia como empregada doméstica. Nessa primeira fase, ela trabalhou sem registro em carteira por 13 anos, não teve férias ou 13º salário.

 

Em 2011, a casa em que essa mulher morava desabou e, segundo o relato feito por ela à equipe que a resgatou, Sônia teria oferecido abrigo na casa de sua mãe, na mesma rua em que morava.

 

Na época, Sônia deixou a casa na capital e foi viver em um município da Grande SP. As filhas continuaram morando no local.

 

A mulher então, continuou trabalhando como empregada, mas já não recebia mais um salário. “Em 2011, quando ela fica mais vulnerável, passa a morar de favor, é eles param de pagar o salário”, diz Alline.

 

A empregada se mudou para o local onde resgatada em 2017. “Nessa época, a Mariah começa a pagar um valor todo mês, só que são R$ 200.”

 

No âmbito criminal, Mariah e Dora foram indiciados por redução a condição análoga à de escravo, abandono de incapaz e omissão de socorro.

 

Esse último foi incluído porque, segundo relato da vítima -corroborado por vizinhos que foram à delegacia testemunhar-, no fim de maio, o casal recusou socorrê-la após uma queda no vão de uma escada. Sônia só foi denunciada na ação trabalhista.

 

Em depoimento no DHPP, Mariah disse que a empregada sempre teve amplo acesso à residência e que o portão de acesso à lavanderia, onde havia um banheiro, só foi fechado na véspera da operação policial. Ela afirmou que havia uma obra no terreno vizinho e que, por isso, teve medo de que a casa pudesse ser invadida.

 

Uma vizinha disse, em depoimento, que desde o início da pandemia a empregada pedia para usar o banheiro da casa dela, pois tinha sido proibida de acessar a lavandeira.

 

A procuradora do trabalho diz que existe uma visão estereotipada sobre o que consiste o trabalho escravo, de que a pessoa precisa estar em situação de cárcere, vivendo presa ou amarrada. “Não era assim nem quando a escravidão era legal. A situação do escravo tem relação com direitos básicos violados, com uma exploração em um nível inaceitável”, diz Alline.

 

“Não adianta o portão estar aberto, se a pessoa não tem um tostão e não tem para onde ir.”

 

A operação de resgate da empregada foi conduzida pela Conaete (Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Escravo) do MPT, com a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania e a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).

 

O advogado Eliseu Gomes da Silva afirmou que a família não vai se manifestar neste momento sobre o que aconteceu.

 

Fonte: Folha de SP 

Discurso de ódio nas redes sociais

Ao menos 35 destas crianças morreram trabalhando e 9 mil denúncias de trabalho infantil chegaram ao Ministério Público do Trabalho do estado no período

Entre 2009 e 2019, 13.591 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos sofreram acidentes de trabalho graves no estado de São Paulo, enquanto 35 destes menores morreram trabalhando.

Os dados foram disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, e não destoam da base de dados no mesmo período do Ministério Público do Trabalho do estado, que recebeu 9.260 denúncias de trabalho infantil e ajuizou 500 ações civis públicas.

Com base no levantamento do Sinan, é possível observar que a maioria das vítimas trabalhava na informalidade em áreas como a construção civil, agricultura, empregados domésticos e açougueiros, além de outras atividades que estão definidas no Decreto 6.481/2008 como piores formas de trabalho infantil, sendo vetadas para menores de 18 anos.

As informações foram divulgadas como parte de um chamamento para que a sociedade participe da campanha nacional contra o trabalho infantil lançada no começo do mês pelo MPT, Justiça do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).

A campanha leva o slogan ‘Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil’, alertando para o risco de crescimento da exploração do trabalho infantil devido aos impactos da pandemia.

Fonte: Observatório do Terceiro Setor

Em campanha de combate à fome, MST já doou mais de 2300 toneladas de alimentos em todo o país

Em uma entrevista, o escritor e jornalista Eduardo Galeano disse: “Eu não acredito em caridade, eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical, vai de cima pra baixo. Solidariedade é horizontal”. E é baseado nessa horizontalidade que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra chegou ao número de 2300 toneladas de alimentos doados em campanhas de solidariedade durante a pandemia do novo coronavírus.

O MST, ao organizar uma campanha nacional de doação de alimentos, ao mesmo tempo em que escoa a produção de acampamentos e assentamentos espalhados por todo o país, combate à fome e a desigualdade.

“As doações são ações diretas de diálogo entre o povo do campo e da cidade. Toda vez que ocorre uma doação da Reforma Agrária, chega na mesa de um brasileiro um alimento contra a fome e a desigualdade social pelas quais o Brasil sempre passou, mas que se intensificou agora nesse período de pandemia”, explica Kelli Mafort, da direção nacional do MST.

São 24 estados com ações concretas: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

As ações vão desde doações de grande variedade de legumes, verduras, frutas e hortaliças, passando por marmitas com refeições prontas para entrega, até equipamentos de proteção individual e produtos de higiene como sabão e álcool em gel.

As doações, que inicialmente começaram a ser feitas por acampamentos e assentamentos, hoje integram duas campanhas mais amplas de solidariedade: a Campanha Periferia Viva, constituída pelo MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Levante da Juventude, Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), e a iniciativa “Vamos precisar de todo mundo“, composta pelas Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. As duas campanhas contam a participação de diversas organizações urbanas e do campo na arrecadação e distribuição.

Mafort lembra que a solidariedade é um pilar fundamental, um princípio dos movimentos populares. “O que o MST faz hoje é devolver pra sociedade a solidariedade que recebemos desde a origem do nosso movimento. E essa solidariedade nesse momento tão difícil, em que a pandemia é de um vírus mas é também uma pandemia de fome”.

Caminhão cheio com doações do MST no Paraná. Foto: Joka Madruga

Os números do último mês comprovam essa teoria. Na região Nordeste, que já ultrapassou o Sudeste em número de casos da COVID-19, foram doadas mais de 21 toneladas de alimentos. Na Bahia foram mais de 200 toneladas de alimentos, além de mais de 15 mil sabonetes e equipamentos de proteção individual.

Em Pernambuco, a distribuição de marmitas solidárias, que acontece diariamente no Armazém do Campo, fechou o mês com a produção e distribuição de 42 mil marmitas. Atualmente, estão sendo distribuídas cerca de mil por dia. As marmitas solidárias também são doadas em todos os outros estados em que o Armazém do Campo está consolidado: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Pernambuco e São Luís do Maranhão.

Na região Sudeste, já foram distribuídos 16 mil litros de leite no Espirito Santo. Em Minas Gerais, foram mais de quatro mil cestas agroecológicas para os atingidos da mineração da bacia do Paraopeba e da bacia do Rio Doce. Em São Paulo além de todas as doações que partes dos acampamentos e assentamentos, a Editora Expressão Popular têm realizado doações de livros sobre saúde e agroecologia para profissionais do Hospital Vila Cachoerinha, em São Paulo e para o CAMI (Centro de Atendimento ao Migrante pra Bolivianos e Peruanos).

No estado do Paraná, além de mais de 200 toneladas de alimentos distribuídos, a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi), localizada no assentamento Santa Maria, em Paranacity (PR), doou 60 litros de álcool 70% para o Hospital Municipal Doutor Santiago Sagrado Begga. Além disso, em conjunto com os petroleiros, o MST doou 520 botijões de gás em bairros da capital paraense.

Em Rondônia a confecção de máscaras artesanais segue a todo vapor desde o início da pandemia e o Movimento também realizou a doação de mais de três toneladas de alimentos para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e para a Fundação Casa de Ji-Paraná.

A fome não respeita fronteiras

Na Venezuela, a Brigada Internacionalista Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, está contribuindo no combate e na prevenção ao novo coronavírus na comuna de Altos de Lídice, no centro da capital Caracas.

Além das atividades de prevenção, estão sendo produzidas máscaras e outros equipamentos de proteção para a população. Na Zâmbia, a brigada Samora Machel atua na entrega e confecção de kits de higiene pessoal e no Haiti, a Brigada Internacionalista Jean Jacques Dessalines fez uma nova entrega de mudas de árvores, frutas e folhetos informativos para famílias das comunidades camponesas ao redor do Centro Nacional de Experimentação Agroecológia Tèt Kole.

Agricultura camponesa em perigo

A pandemia da COVID-19 evidenciou ainda mais a importância da destinação de recursos para a agricultura camponesa, pois esse é o único caminho garantidor da soberania e da segurança alimentar para a população brasileira. Nessa toada, o Movimento Sem Terra também denuncia o desmonte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o descumprimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

A utilização de linhas de crédito dos bancos públicos para o financiamento de agroindústrias e cooperativas também é necessária para a capacidade do campo seguir alimentando à todos. “Para que a solidariedade seja mantida e para que o produto continue saindo da roça para chegar até a panela vazia da cidade, não basta só  boa vontade, precisamos de políticas públicas”, finaliza Mafort.

A busca por uma sociedade mais justa e igualitária só é possível através da empatia e do cuidado. O Movimento Sem Terra tem na sua essência a luta pelo chão que faz brotar o alimento que garante a força e a saúde para seguir adiante.

 

Fonte: MST

No Twitter, as pessoas destacaram que em 2017 o presidente Jair Bolsonaro e seu filho criticaram o foro privilegiado.

O processo do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da chamada rachadinha da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro mudará de instância e seguirá para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio, informou o TJ fluminense nesta quinta-feira (25).

A decisão por 2 votos a 1, tomada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, leva em conta o foro privilegiado e é considerada uma vitória da defesa do senador, com a mudança na instância e abertura de brecha para questionar o que foi investigado até agora. 

Embora a Justiça tenha considerado válido os atos do juiz Flávio Itabaiana, de primeira instância, a defesa vaia tentar inviabilizar e até invalidar as buscas, investigações e prisões determinadas pelo magistrado de primeira instância.

O argumento da defesa será o de que, se o juiz não pode continuar na ação, o que ele fez anteriormente também não deve ser considerado válido. 

“Como o Tribunal de Justiça reconheceu a incompetência absoluta do juízo de primeira instância, a defesa agora buscará a nulidade de todas as decisões e provas relativas ao caso desde as primeiras investigações”, disse em nota a defesa de Flávio.

“A defesa sempre esteve muito confiante neste resultado por ter convicção de que o processo nunca deveria ter se iniciado em primeira instância e muito menos chegado até onde foi”, acrescenta a nota.

Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio, e a esposa Márcia Aguiar tiveram prisão decretada por Itabaiana na semana passada. Queiroz foi detido em Atibaia (SP) e está preso no complexo de Bangu, mas Marcia segue foragida.

O atual senador Flávio Bolsonaro era deputado estadual na época em que veio à tona a suspeita de rachadinhas na Alerj. As movimentações atípicas foram detectadas pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em contas de pessoas ligadas a cerca de 25 gabinetes da Alerj.

Flávio também é investigado na Justiça Eleitoral do Rio por suspostos crime de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica na declaração de bens para as eleições de 2014, 2016 e 2018.

O caso chegou a ser apurado e engavetado pela Polícia Federal do Rio.

Em uma terceira frente, PF e MPF do Rio investigam a acusação do empresário Paulo Marinho de que Flávio tinha informação prévia da realização de uma etapa da Lava Jato, a operação Furna da Onça, em 2018.

Os dados do Coaf sobre as movimentações atípicas nas contas bancárias emergiram dessa etapa da Lava Jato.

No Twitter, as pessoas lembraram que o presidente Jair Bolsonaro e o filho, Flávio, já criticaram “essa porcaria de foro privilegiado” em 2017 e criticaram a decisão atual.

 

Fonte: www.huffpostbrasil.com

Pesquisa do Pew Research Center afirma que índice é maior entre pessoas com alto nível de escolaridade.

 

Em meio à ascensão da retórica conservadora, o apoio à comunidade LGBT apresenta crescimento no Brasil. Aceitação da homossexualidade aumentou no País nos últimos 7 anos, mas cerca de 23% da população ainda são contra, apontam dados da pesquisa realizada pelo Pew Research Center, instituto de pesquisa norte-americano, divulgados nesta quinta-feira (25).

Batizada de “The Global Divide on Homosexuality Persists” (A divisão global sobre homossexualidade persiste, em tradução livre), a pesquisa perguntou a mais de 38 mil pessoas em 34 países se a homossexualidade era aceitável ou não e deu continuidade à série histórica sobre o mesmo tema iniciada em 1994.

A pesquisa realizada pelo Pew Research Center conta com margem de erro de 4.4 pontos percentuais para mais ou menos. Em geral, desde 2013, última edição do estudo, pesquisadores observaram padrões semelhantes e aumento considerável nos países que afirmaram aceitar a homossexualidade.

 

No Brasil, país em que a pesquisa foi realizada em 2011, 2013 e 2019, 23% da população acredita que a homossexualidade não deve ser aceita, enquanto 67% pensa o contrário. A pesquisa foi realizada em maio do ano passado, cinco meses após o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, que é conhecido por histórico de declarações consideradas homofóbicas. 

O índice de aceitação apresenta crescimento no País. Em 2011, segundo a pesquisa, o nível de aceitação no cenário brasileiro era de 61%, contra 36%. Em 2013, última edição do estudo, este índice foi de 60%, contra 34%. 

Em 2019, o Ipea incluiu pela primeira vez no Atlas da Violência as violações contra a população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais. A avaliação é de que a situação tem se agravado e que a população sofre de invisibilidade na produção oficial de dados e estatísticas.

Foram usados dados das denúncias registradas no Disque 100 e de registros administrativos do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde

O número de homicídios denunciados ao Disque 100 subiu de 5 em 2011 para 193 em 2017. Já as lesões corporais aumentaram de 318 em 2016 para 423 em 2017, passando por um pico de 783 casos em 2012.

Já os dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2015 e 2016, aumentou o número de episódios de violência física, psicológica, tortura e outras violências contra bissexuais e homossexuais, sendo a maioria das vítimas solteiras e do sexo feminino.

Em junho do ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federa) decidiu que a LGBTfobia deve ser equiparada ao crime de racismo até que o Congresso Nacional crie uma legislação específica sobre este tipo de violência. A pena é de até 3 anos e o crime será inafiançável e imprescritível, como o racismo.

Canal oficial do governo, o Disque 100 registrou diminuição expressiva do número de denúncias sobre violência contra essa população em todo o Brasil. Em 2019, o canal recebeu 846 denúncias em 2019, frente a 1685 em 2018, cerca de 49,8% a menos. A limitação do alcance do sistema do Estado e a subnotificação é admitida pelos próprios integrantes da administração federal.

Por esse motivo, os levantamentos do Grupo Gay da Bahia, iniciados na década de 1980, se tornaram referência. Em 2019, o grupo registrou 329 mortes violentas de pessoas LGBT no País. Entre elas, 297 homicídios (90,3%) e 32 suicídios (9,7%). 

Em relação aos anos anteriores, observou-se, assim como no Disque 100, uma redução de casos. O ano recorde foi 2017, com 445 mortes, seguido em 2018 com 420. Há uma  diminuição de 26% frente a 2017 e 22% em relação a 2018.

Observando a série histórica, ao mesmo tempo em que os dados de não aceitação da homossexualidade caíram, houve um crescimento entre as pessoas que não souberam ou não quiseram responder a pesquisa. Em 2011, este número era de 5%, em 2013, de 4% e em 2019, aumentou para 10%.

Em muitos dos países pesquisados, o relatório traz diferenças na percepção e aceitação da homossexualidade por idade, ideologia política, renda e gênero. Em vários casos, essas diferenças são substanciais. Porém, o relatório não especifica estes dados sobre o Brasil alegando que “não foram significativos.”

Levando em conta o nível educacional dos entrevistados no Brasil, entre as pessoas com maior nível educacional, o índice de aceitação é de 80%, enquanto entre os com baixo nível de escolaridade esse percentual é de 55%. 

Pessoas que dão menos importância à religião são mais abertas a aceitar a homossexualidade. No Brasil, entre aqueles que não consideram a religião muito importante, 76% afirmam que a homossexualidade deve ser aceita na sociedade. Dentre os que a consideram muito importante, são 66%.

Neste sentido, ao contrário de outros países no mundo, achar que a religião é importante ou não, pode não ser tão relevante para a aceitação no Brasil. A diferença de 10 pontos percentuais entre os que dão mais importância à religião e os que dão menos é a menor entre os países pesquisados. 

Conquistas recentes da comunidade LGBT no País podem ser responsáveis pelo crescimento da aceitação no Brasil. Desde 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) vem pautando o debate público ao protagonizar decisões significativas para esta população, diante da omissão do Congresso Nacional. 

Entre elas, estão julgamentos que permitiram o casamento homoafetivo no Brasil, assim como a decisão sobre a criminalização da LGBTfobia, e a mais recente, que derrubou as restrições à homens gays na doação de sangue.

Na América Latina, outros dois países aparecem no estudo. 19% da população na Argentina dizem que a homossexualidade não deve ser aceita, contra 76% que dizem aceitar que esta expressão da sexualidade deve ser aceita. Já no México, o índice de pessoas que não aceitam é maior entre os países da região, 24%.

A realidade de outros países na aceitação da homossexualidade

 

Em muitos dos países pesquisados entre 2002 e 2019, houve um aumento de dois dígitos na aceitação da homossexualidade.

Apesar das grandes mudanças nas leis e normas em torno da questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo e dos direitos das pessoas LGBT no ambiente de trabalho, o relatório constata que a percepção sobre a aceitação da homossexualidade na sociedade permanece dividida por região.

Porém, o estudo afirma que as opiniões estão mudando em muitos dos países pesquisados desde 2002, quando o Pew começou a fazer a pergunta sobre se a homossexualidade deveria ser aceita pela sociedade ou não em suas pesquisas internacionais.

Em muitos dos países pesquisados entre 2002 e 2019, houve um aumento de dois dígitos na aceitação da homossexualidade, incluindo um aumento de 21 pontos percentuais na África do Sul e um aumento de 19 pontos percentuais na Coréia do Sul no consolidado.

O Pew Research Center coleta dados sobre a aceitação da homossexualidade nos Estados Unidos desde 1994, e houve um aumento relativamente constante na parcela que afirma que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade norte-americana desde 2000. O percentual de entrevistados que aceitam homossexualidade subiu para 72% em 2019, ante 60% em 2013.

Aproximadamente três quartos dos norte-americanos (72%) disseram que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade. Mais de oito em cada dez democratas (85%) afirmaram que a homossexualidade deve ser aceita, mas apenas 58% dos republicanos disseram o mesmo. 

Os números também saltaram mais de 20 pontos percentuais na Índia e 16 na Turquia, mas, mesmo assim, o apoio ainda continua baixo: 37% e 25 %, respectivamente. Em 2018, o tribunal superior da Índia descriminalizou a homossexualidade, o que pode ter impactado o resultado da pesquisa no país.

No Líbano, 85% dos entrevistados disseram que a homossexualidade não deveria ser aceita, enquanto 72% na Tunísia disseram que sim, que deveria ser aceita. A taxa média de aceitação da homossexualidade na Europa Central e Oriental foi de 46%.

Em 25 dos 34 países em que a pesquisa foi realizada, aqueles que dizem que a religião é “um tanto”, “não muito” ou “nada” importante em suas vidas têm mais probabilidade de dizer que a homossexualidade deve ser aceita do que aqueles que dizem que a religião é “muito” importante.

De modo geral, aqueles que apresentam ideologias políticas à esquerda tendem a aceitar mais a homossexualidade do que os com inclinação à direita.

 

Fonte: https://www.huffpostbrasil.com

Inscrições para receber o Auxílio Emergencial vão até 2 de julho; se governo ampliar número de parcelas, prazo poderá ser estendido.

O trabalhador que tem direito ao Auxílio Emergencial e ainda não se inscreveu no programa tem pouco tempo: o prazo termina no dia 2 de julho. Depois dessa data, segundo a Caixa Econômica Federal, o site e o aplicativo serão utilizados apenas para acompanhar o pagamento do benefício ou o processamento do pedido.

O G1 entrou em contato com o Ministério da Cidadania para saber se após esse prazo será possível contestar a recusa do pedido do auxílio ou complementar os dados do cadastramento pelo app e site, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O governo afirmou que vai prorrogar o benefício para além das três parcelas previstas, mas precisa decidir por quanto tempo e qual o valor a ser pago. Caso essa prorrogação seja confirmada, o prazo de cadastramento poderá ser estendido.

A ideia sobre prorrogação que mais agrada o presidente Jair Bolsonaro é a de pagamento escalonado em valor decrescente, em três parcelas: R$ 500 em julho; R$ 400 em agosto e R$ 300 em setembro. Bolsonaro já disse que não é possível repetir o pagamento de R$ 600 em três parcelas.

Terceira parcela segue indefinida

Um mês após o pagamento da segunda parcela, os beneficiários seguem sem saber quando será creditada a terceira. Apenas os beneficiários do Bolsa Família vêm recebendo o terceiro lote desde 17 de junho.

Pelo calendário original, divulgado em abril, a terceira parcela deveria ter sido paga há quase um mês: a previsão era de liberação entre os dias 26 e 29 de maio. A segunda parcela também atrasou: estava prevista inicialmente para entre os dias 27 e 30 de abril.

Também seguem sem calendário definido a segunda e a terceira parcelas do auxílio para os beneficiários que receberam a primeira após o dia 30 de abril.

Fonte: G1

Em números absolutos, o Sudeste somou 4,19 milhões de trabalhadores sem remuneração, enquanto, no Nordeste, foram 3,16 milhões. Menos populosas, as regiões Norte (953 mil), Sul (828 mil) e Centro-Oeste (591 mil) tiveram números menores.

 

O número de trabalhadores que ficaram sem remuneração durante a pandemia de covid-19 no mês de maio chegou a 9,7 milhões, o que equivale a 11,5% da população ocupada no país. Os dados foram divulgados hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que publicou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – Covid-19.

 

Nas Regiões Norte e Nordeste, o percentual de trabalhadores sem remuneração foi maior que a média nacional, chegando a 15% e 16,8%, respectivamente. No Sul, 5,9% dos trabalhadores ficaram nessa situação, enquanto, no Centro-Oeste, o percentual atingiu 8,2%, e, no Sudeste, 11%.

 

Em números absolutos, o Sudeste somou 4,19 milhões de trabalhadores sem remuneração, enquanto, no Nordeste, foram 3,16 milhões. Menos populosas, as regiões Norte (953 mil), Sul (828 mil) e Centro-Oeste (591 mil) tiveram números menores.

 

O grupo sem remuneração corresponde a 51,3% dos trabalhadores afastados de suas atividades no mês de maio, contingente que soma 19 milhões de pessoas, ou 22,5% da população ocupada. Os setores com mais afastamentos são: outros serviços (37,8%), serviço doméstico (28,9%) e alojamento e alimentação (28,5%). As atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura foram as menos afetadas, com 6,8% de afastados.

 

O trabalho remoto foi adotado por 8,7 milhões de trabalhadores, o que equivale a apenas 13,3% da população que continuou trabalhando em maio. O home office foi mais comum entre os trabalhadores de nível superior (38,3%), enquanto as demais faixas de escolaridade ficaram bem abaixo: 0,6% no nível fundamental incompleto, 1,7% no fundamental completo, e 7,9% no médio completo. O trabalho remoto também foi mais comum entre as mulheres (17,9%) que entre os homens (10,3%).

 

Renda

Outro efeito da pandemia foi a redução de horas trabalhadas, que atingiu 18,3 milhões de trabalhadores. Por outro lado, 2,4 milhões de pessoas trabalharam mais horas que o habitual no mês de maio.

 

Os impactos se refletiram na renda dos trabalhadores. O rendimento médio de todos os trabalhos caiu 18,2% em maio, de R$ 2.320 para R$ 1.899. Tal perda de renda chega a quase 20% nas Regiões Nordeste e Sudeste, e é menos intensa no Centro-Oeste, onde a diferença foi de 14,4%

 

Fonte: Agência Brasil

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