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Trabalhadores e juventude francesa entram em guerra contra a lei que ataca direitos trabalhistas, e mostram aos brasileiros como combater as iniciativas do governo de tirar direitos históricos contidos na CLT e mudar a aposentadoria para pior!

O protesto contra a reforma trabalhista do governo de François Hollande foi convocado pelas principais centrais sindicais do país (CGT, FO e Solidaires), contou com a participação de mais de um milhão de pessoas e aconteceu em meio a várias greves, em plena Eurocopa e um dia após o assassinato de um casal de policiais por um extremista nos arredores de Paris.

A polícia de lá também bate, como a daqui, por isso confrontos entre centenas de pessoas e forças policiais começaram logo no início da manifestação, que saiu da Place d'Italie em direção ao bulevar des Invalides. A polícia usou gás lacrimogênio e até um canhão d’água para conter a multidão, que, para se defender, atirava pedras arrancadas de muros e pedaços de pau contra os agentes.

Ao longo dos muros do bulevar des Invalides, manifestantes picharam frases como “sonho geral” (um jogo de palavras com “greve geral”), “glória ao povo” ou “bando de colaboradores”.

A repórter Sarah Bazin, do site de notícias  “As vozes do mundo” colheu depoimentos de alguns manifestantes:

Jean-Jacques:“Achamos que esta lei (que retira direitos trabalhistas) é vergonhosa. Como é que um partido que se diz de esquerda é capaz de produzir uma lei tão degradante? Infelizmente acho que o governo é composto de autistas que não nos escutam, que não ouvem o que diz o povo francês. Isso é um grande problema, pois a violência pode aumentar, infelizmente. Aparentemente as manifestações pacificas não funcionam mais. Os governantes continuam em sua lógica destruidora do nosso direito social”.

Huguette:“Não entendemos porque Hollande (o presidente do país) está tão teimoso. Ele está ferrado, nunca mais ele vai voltar ao poder. Nunca mais. A rua é contra ele. É um mentiroso”.

Vincent (ferido na cabeça):“Não sei o que aconteceu, levei uma golpe de cassetete por trás. Sou um pai de família, estou aqui para reivindicar os direitos de minha filha, os nossos direitos. Vim da Auvergne, a 400km daqui, estamos aqui para defender os nossos direitos e a policia não nos respeita e nos ataca. O que estamos vivendo hoje na França não é uma democracia.”

Projeto de lei está em discussão no Senado

Os sindicatos d elá protestam contra um ambicioso projeto de reforma trabalhista lançado pelo governo socialista, que diz que tem como meta principal tentar reduzir o desemprego no país. No entanto, as mudanças apresentas tocam em alguns pontos polêmicos para a esquerda e para os sindicatos, como a duração da carga semanal de trabalho de 35 horas e a flexibilização da demissão por razões econômicas.

Se por um lado os empregadores defendem a reforma e argumentam que a atual legislação protege demais os funcionários, o que inibe as contratações, os críticos do projeto estimam que algumas das medidas do texto, como a instauração de um teto das indenizações para as demissões, são retrocessos sociais que, não necessariamente, resultariam em criação de mais postos de trabalho.

A semelhança com o que ocorre no Brasil é muito grande. O governo interino também apontou medidas contra os trabalhadores como forma de recuperar a economia do país. Como se os problemas existentes fossem culpa dos que trabalham e produzem e tem como único bem sua força de trabalho, que vendem para sobreviver. Na verdade, querem tirar dos pobres para dar mais ainda aos ricos. Isso é recuperar a economia para um governo que representa os empresários e parte rica da sociedade: criar condições para a empresas lucrarem ainda mais às custas do aumento da miséria dos trabalhadores. A resposta tem de ser dada a exemplo dos franceses!

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