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Meta de 12 milhões deve ser cumprida até 2030

 

Neste 15 de abril - Dia Nacional de Conservação do Solo - o Brasil tem pouco a celebrar, já que não avançou no compromisso assumido internacionalmente de recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa. Dados da plataforma do Observatório da Restauração e do Reflorestamento apontam que o país possui hoje pouco mais de 79 mil hectares da sua cobertura vegetal original recuperada. Isso significa que menos de 1% da meta foi atingida.

Somado a isso, nos últimos anos o desmatamento e a degradação avançaram sobre os biomas brasileiros. De acordo com levantamento da MapBiomas, entre os anos de 2019 e 2022, o Brasil perdeu 9,6 milhões de hectares de vegetação nativa.

Segundo a diretora do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Fabíola Zerbini, esse cenário fez com que desde janeiro de 2023 o governo iniciasse uma revisão das metas e políticas públicas para o setor, não apenas para que o Brasil possa cumprir com os acordos firmados para conter os avanços da crise climática, mas principalmente para que as propriedades rurais privadas e o próprio Estado fiquem regulares em relação à legislação ambiental.

“O horizonte de passivo do Código Florestal - somando área privada e pública - está em torno de 25 milhões de hectares de vegetação nativa que precisa ser recuperada. A gente entende que desses 25 [milhões], aproximadamente nove podem ser compensados, ou seja, o produtor decide que vai proteger uma área que está conservada, e a gente vai recuperar algo em torno de 14 milhões, que é a meta atualizada, mas lembrando que a oficial é pelo menos 12 milhões de hectares,” disse Fabíola.

 

Histórico

Há um entendimento global de que para a crise climática não avançar é necessário reduzir a emissão dos gases de efeito estufa e também capturar o que já foi lançado na atmosfera. Uma das principais estratégias globais para que isso ocorra é a recomposição da cobertura verde do planeta por meio da recuperação das vegetações nativas.

Um estudo coordenado pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade, que reuniu pesquisadores de 12 países e foi publicado na revista científica Nature em 2020, revelou que a recomposição de apenas 15% de vegetações nativas do planeta seria capaz de sequestrar 14% de todas as emissões de gás carbônico lançadas na atmosfera desde a revolução industrial.

A capacidade de contribuição dessa estratégia para diminuir os impactos da crise climática se mostrou tão eficaz que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu os dez anos seguintes à pesquisa como a Década para a Restauração de Ecossistemas.

No Brasil, antes mesmo disso, uma legislação ambiental robusta não apenas protege os biomas por meio de cotas de preservação, como também determina quando é obrigatório compensar áreas impactadas pela ação humana, ou seja, reflorestar áreas degradadas ou desmatadas além dos limites. Os chamados passivos ambientais podem ser gerados por propriedades privadas, quando os limites de conservação não são respeitados, ou em áreas públicas atingidas por queimadas ou ocupadas por atividades ilegais.

As cotas são previstas no Código Florestal, criado em 2012. Em 2015 e 2016, o Brasil aderiu a três acordos globais: o Acordo de Paris, o Desafio de Bonn e a Iniciativa 20x20, nos quais assumiu o compromisso de recompor 12 milhões de hectares de sua cobertura verde. Ainda em 2017, o país criou a Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).

Segundo Fabíola, o MMA tem se dedicado a entender qual o desafio que o país tem até 2030, prazo limite para cumprimento das metas. “Estamos trabalhando primeiro para atualizar os custos da restauração para os dias de hoje e fazer uma precificação por tipo de território: se são áreas privadas, áreas públicas, modelos de restauração e localizar cada situação nos biomas”, explica.

 

Estratégias

De acordo com a diretora, entre as estratégias possíveis para que cada bioma receba de volta a parcela mínima necessária para a sua manutenção, é preciso entender fatores como as condições atuais da área desmatada ou degradada, se há possibilidade de regeneração natural, se há pessoas que dependem da área para subsistência e também se ainda é possível reestabelecer os serviços ecossistêmicos como eram antes.

Neste sentido, há três caminhos possíveis: a regeneração natural, que pode ser assistida ou não; o plantio em área total, que é a solução mais indicada para Unidades de Conservação, mas também a de maior custo; e os sistemas agroflorestais, que consideram a necessidade de subsistência da população que vive na área em questão. Nesse último caso, podem ser adotados modelos como a silvicultura de espécies nativas, o sistema agroflorestal (SAF) e sistema integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

 

Regeneração

Para Fabíola, uma boa notícia é que um estudo em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) conseguiu mapear quase 30 milhões de hectares de vegetação secundária no território brasileiro. “Se protegida, a gente pode aplicar a modalidade de regeneração natural, que é de baixo custo, e só aí se consegue garantir grande parte dessa meta”, preconiza.

Outra estratégia do governo é tornar a recuperação de vegetação nativa um modelo de negócio para o país. Um exemplo é o trabalho desenvolvido pela empresa de madeira sustentável em que Alan Batista é diretor financeiro, no sul da Bahia. Segundo o executivo, a região foi escolhida em 2008 para dar início ao negócio, exatamente por fazer parte do bioma Mata Atlântica, que é o mais desmatado no Brasil. “Aqui que começou a degradação no país, então aqui que a gente queria começar a restauração desse bioma”, observa.

Com a aquisição de três áreas desmatadas pela pecuária extensiva, com baixo potencial agrícola, a empresa desenvolveu um negócio vantajoso para o meio ambiente e também rentável, a partir do investimento na recuperação da vegetação nativa para manejo florestal. Com a floresta replantada, o lucro veio pela venda de madeira de reflorestamento e também do comércio de tecnologia e sementes e mudas melhoradas geneticamente.

A silvicultura para o manejo ocorre em uma área 800 hectares, dentro das propriedades que somam 1,4 mil hectares. Segundo Alan, o restante tem áreas de conservação, que, em parte, resultam de restauração somada às áreas adquiridas para serem mantidas livres de ação humana. “A empresa deixa livre de caça, de pesca, cuida para que não haja incêndio, com brigada treinada e manutenção de infraestrutura para prevenção de incêndio”, diz.

A pesquisa “Reflorestamento com espécies nativas: estudo de casos, viabilidade econômica e benefícios ambientais”, publicada em 2021 pelo World Resources Institute (WRI) Brasil, analisou 40 arranjos produtivos envolvendo reflorestamento, restauração ou conservação de 30 diferentes organizações. A partir do estudo, concluiu-se que a taxa de retorno de investimentos para esse modelo de negócio fica entre 9,5% e 28,4%, a depender do arranjo.

De acordo com o especialista do instituto de pesquisa. Miguel Calmon, além dos serviços ecossistêmicos como a própria captação do gás carbônico da atmosfera, as florestas recuperadas também auxiliam na produção alimentar. “Já se abe que esse modelo de negócio baseado no plantio de árvores também aumenta a resiliência do sistema produtivo às mudanças climáticas. Cada ano que passa, nós temos mais eventos extremos como seca, altas temperaturas e enxurradas e já sabemos que sistemas com árvores são mais resilientes a esses eventos extremos, ou seja, é um modelo ganha-ganha.”

 

Fomento

De acordo com Fabíola Zerbini, além de rever o cenário da recuperação florestal no Brasil, o MMA tem articulado formas para fomentar a regularização ambiental.

“Temos articulado com parceiros, em especial o BNDES, linhas de financiamento e linhas de crédito, como o Restaura Amazônia, que é dinheiro do Fundo Amazônia, que vai direcionar R$ 450 milhões para projetos de recuperação da vegetação nativa na Amazônia. Para além disso, a gente também combinou com o Fundo Clima mais R$ 550 milhões”, explica.

Para a diretora, iniciativas de fomento e a atualização da Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, prevista para ser lançada em junho, combinadas com as políticas públicas, serão capazes de destravar a agenda ambiental.

“A ideia é combinar a articulação com estados, municípios e produtores para a regularização ambiental, como editais e financiamentos, além de programas vinculados a melhores condições de taxas para produtores regulares, somados à estruturação do poder público para a validação dessa documentação” finaliza.

 

Fonte: Agência Brasil

O líder das Nações Unidas Antonio Gutérres destacou que a paz e a segurança na região e no mundo estão sendo minadas - Wikimedia commons

O secretário-geral da ONU chamou atenção ainda para o risco de os civis terem de “suportar o peso e a pagar um preço ainda mais elevado”

 

 

A população do Médio Oriente enfrenta o perigo real de um “conflito devastador em grande escala”, disse neste domingo (14) o secretário-geral da ONU, António Guterres, em reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A agenda foi convocada por Israel para abordar o ataque iraniano na noite de sábado. Guterres chamou atenção ainda para o risco de os civis terem de “suportar o peso e a pagar um preço ainda mais elevado”. Por isso apelou à “máxima contenção”, frisando que “é hora de recuar do abismo”.

“É hora de recuar do abismo. (…) É vital evitar qualquer ação que possa conduzir a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Médio Oriente”, apelou.

O secretário-geral das Nações Unidas reforçou que a paz e a segurança na região e também em todo o mundo estão sendo minadas. E que não é possível “permitir-se mais guerras”.

Cessar-fogo em Gaza e fim da escalada no Oriente Médio, pede Guterres

Sem citar nomes, Guterres dirigiu a mensagem ao Irã, que justificou o ataque de sábado como um ato de retaliação ao bombardeio do seu consulado em Damasco. E também a Israel, que neste domingo afirmou se reservar o direito de resposta aos ataques iranianos. Ele reforçou que o Direito internacional proíbe “ações de retaliação que incluem o uso da força”.

No seu pronunciamento perante o corpo diplomático, Guterres insistiu na “responsabilidade comum” da comunidade internacional para evitar uma escalada entre o Irã e Israel, obter um cessar-fogo em Gaza, garantir a libertação dos reféns detidos pelo grupo islâmico Hamas e barrar a deterioração da situação na Cisjordânia.

Participaram da sessão de emergência representantes do Irã, Israel e Síria. A expectativa é que os 15 Estados-membros do Conselho se pronunciem a respeito.

Ao convocar a reunião, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, disse que o Irã representa um “grave perigo para a segurança de todo o mundo” e que este é o momento para deter as “perigosas ambições” iranianas.

A representação israelense exigiu também que o Conselho condene veementemente o ataque e avance com medidas contra o Irã. Isso inclui a designação do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica como organização terrorista e a imposição de de sanções.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Redação: Cida de Oliveira, com Agência Lusa

Leandro Blanco/Télam

Paralisação por 24 horas em 9 de maio será a segunda em apenas quatro meses de governo. Para a Confederação Geral do Trabalho (CGT), medidas de Milei estão levando a um “processo recessivo inaceitável”

 

São Paulo – A Confederação Geral do Trabalho (CGT) aprovou, por unanimidade na noite desta quinta-feira (11), uma nova greve geral contra o governo do ultraliberal Javier Milei. A paralisação foi confirmada para o próximo dia 9 de maio, por 24 horas, junto com um calendário de lutas que terá início no dia 23 de abril, quando os trabalhadores acompanharão uma marcha das universidades em defesa da educação pública. Os protestos serão mantidos no dia 1º de maio, o Dia do Trabalhador. A data será marcada por mobilizações em todas as províncias e a divulgação de um documento com as reinvindicações da população.

 

Essa será a segunda greve geral dos trabalhadores argentinos em apenas quatro meses. Em 24 de janeiro, uma multidão tomou as ruas do país contra a “motosserra” de Milei. Desde sua posse, em dezembro, vem realizando uma série de medidas de desregulamentação. Os cortes sociais e de gastos públicos estão reunidos no Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) 70 e o Projeto de Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, chamada resumidamente de Lei Ônibus. Todos são considerados projetos de destruição para a população.

 

“O impacto causado pelo ajuste de preços e tarifas que está sendo realizado com o único objetivo de reduzir os salários, apenas nos leva a um processo recessivo inaceitável. Por esse motivo, tomamos a decisão de convocar uma greve de 24 horas em 9 de maio”, afirmou o dirigente sindical Héctor Daer na sede da CGT pouco depois da reunião do conselho diretor nesta quinta.

 

Greve é urgente

De acordo com informações do jornal argentino Página 12, o anúncio de greve frustrou o governo. Pela primeira vez, o chefe da Casa Civil, Nicolás Posse, e o ministro do Interior, Guillermo Francos, se reuniram nesta quarta (10) com representantes da CGT. Logo após o encontro, o porta-voz do presidente Manuel Adorni chegou a dizer que “não havia motivos para haver greve”. “Não vimos isso antes e depois da conversa que tivemos (com a central sindical). Entendemos que a greve não vai existir”, declarou.

 

Por conta disso, o decreto de paralisação foi considerado um fracasso do partido no poder. “A situação econômica e social torna impossível pensar em suspender uma medida de força”, destacou a CGT. “Somos o eixo da luta contra o governo, conquistamos esse lugar”.

 

Milei alega que as políticas de ajustes são necessárias para organizar as finanças públicas e as dívidas, como as do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI), de US$ 44 bilhões. No início de abril, a porta-voz do FMI, Julie Kozack, classificou como “impressionante” os supostos progressos que o presidente vem obtendo na condução da economia argentina. Ela destacou que, em janeiro e fevereiro, o país registrou superavit fiscal pela primeira vez em mais de uma década. Além disso, a inflação está caindo e as reservas internacionais, subindo.

 

Superávit de Milei é ‘picaretagem’

Porém, conforme reportou a RBA, o plano “motosserra” de corte de gastos tem cobrado alto custo da população argentina. A previsão do próprio FMI é que o PIB da Argentina registre retração de 2,8% em 2024. De acordo com a Confederação Argentina de Médias Empresas (Came), a venda de medicamentos, por exemplo, sofreu queda de 42,4% nos dois primeiros meses do ano. Já os dados do Observatório da Dívida Social, da Universidade Católica Argentina (UCA), mostram que a taxa de pobreza no país passou de 49,5% para 57,4%, atingindo seu patamar mais elevado desde 2004.

 

Nesse sentido, o professor titular do Bacharelado em Ciências Econômicas e da Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do ABC (UFABC) Ramon Garcia-Fernandez afirmou que o sucesso do ajuste fiscal de Milei é insustentável. “O superávit das contas públicas está sendo obtido com o adiamento de pagamentos. Assim até eu consigo”, ironizou o economista argentino que vive no Brasil. “Posso aumentar minha poupança, se continuo recebendo e não pago para ninguém. Se você adia todos os pagamentos, vai ter superávit, obviamente. Mas isso é uma estratégia sustentável? Pareceria mais uma picaretagem.”

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Nesta quinta-feira, 11 de abril, Marcisio Moura, Secretário Geral e de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing de São Paulo (sintratel), marcou presença no 6° Encontro Estadual de Comunicação da CUT-SP, trazendo à tona discussões vitais para o avanço da comunicação sindical para a classe trabalhadora.

Este encontro, que reuniu cerca de 100 dirigentes e comunicadores de diversos sindicatos, serviu como um caldeirão de ideias e estratégias, onde a principal pauta girou em torno da utilização de dados públicos para construir narrativas e pautas que, de fato, ressoem com as necessidades e anseios da classe trabalhadora, promovendo uma comunicação sindical que não apenas informe, mas também engaje e mobilize.

A discussão sobre tornar a comunicação sindical mais "leve" não se trata de simplificar as lutas, mas de torná-las mais compreensíveis e próximas da base trabalhadora, algo essencial em um momento onde a informação rápida e clara é uma ferramenta poderosa de mobilização.

Este encontro, portanto, não apenas destacou a importância da inovação na comunicação sindical, mas também reafirmou o compromisso desses líderes com a defesa incessante dos direitos dos trabalhadores.

Belmiro Moreira, secretário de Comunicação da CUT-SP e Marcisio Moura, secretário Geral e de Comunicação do Sintratel

As centrais sindicais estão organizando o 1º de Maio Unitário de 2024, que tem como lema: “Por um Brasil mais Justo”.

As bandeiras política do evento serão:

 

. Emprego decente
. Menos Juros
. Aposentadoria digna
. Correção da Tabela do Imposto de Renda
. Valorização do serviço público
. Salario Igual para trabalho igual.

 

No dia do evento teremos atrações musicais e discussão sobre nossas reivindicações nacionais, nas exposições dos representantes das entidades sindicais que organizam o evento.

 

Em São Paulo, o local será no Estacionamento do Itaquerão (Estádio do  Corinthians), na zona leste.

Participam da organização do evento as centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, Intersindical e Pública,

As centrais sindicais orientam suas entidade filiadas que organizem unitariamente eventos em todos Estados,

 

Trabalhadores não são meros usuários das plataformas para o transporte particular. São trabalhadores que prestam serviços e, portanto, têm uma relação de trabalho com as empresas


O Projeto de Lei Complementar (PLC) dos motoristas por aplicativos que está tramitando na Câmara dos Deputados tem sido alvo de ataques por parte de setores conservadores que não querem que haja uma regulamentação da categoria que traga direitos, mantenha a autonomia e garanta proteção social. Um dos pontos atacados é o reconhecimento da relação de trabalho entre motoristas e plataformas. Os opositores espalham a desinformação de que isso acabaria com a autonomia dos motoristas e que eles teriam ainda prejuízos financeiros, entre outras fake news.
A autonomia é uma das principais características da atividade, foi revindicação dos trabalhadores durante a elaboração do PLC, e faz parte do projeto. Ou seja, com a regulamentação aprovada, o trabalhador continuará fazendo seus próprios horários. Muitos, inclusive, são motoristas por aplicativos para complementar a renda de outro emprego e precisam dessa autonomia.
Na prática, o reconhecimento como relação de trabalho significa que não são relações cíveis, entre duas empresas, como defendido antes pelas plataformas.
Mas é importante salientar que o PLC determina que seja relação de trabalho, “desde que com plena liberdade para decidir sobre dias, horários e períodos em que se conectará ao aplicativo”.
Prevê também que essa relação de trabalho se mantenha como autônoma, definindo que “não pode haver exclusividade; não pode haver exigências relativas ao tempo mínimo à disposição; não pode haver exigências de habitualidade na prestação do serviço”.

Palavra de motorista

“Sim, somos trabalhadores, somos explorados”, confirma a presidenta do Sindicato dos Motoristas Particulares por Aplicativos do Rio Grande do Sul, Carina Trindade. A dirigente teve papel atuante no processo de negociação do PLC levando as demandas dos trabalhadores à mesa de negociação, que teve a participação de representantes das plataformas e do governo federal. Ela é motorista por aplicativo há seis anos e diariamente enfrenta as condições difíceis da atividade nas ruas da capital gaúcha.

Ela lembra que as plataformas já estão no país há mais de uma década e que “são 10 anos de que não tem negociação, que as plataformas não ouvem os trabalhadores, nem individualmente, nem de forma coletiva e por meio de entidades representativas”.
Do lado dos motoristas, ela afirma que a desinformação deliberada dos opositores é um obstáculo a ser superado. Diz ainda que para a própria categoria, falta a consciência de classe.
“É preciso se enxergar como trabalhador. Nós viemos de diversas áreas. Muitos pensam que por fazer o próprio horário, ser livre para isso, ficar o tempo que quiser na rua, acabam sendo microempreendedores e a gente sabe que não é. A realidade é outra, é de exploração da mão de obra”, diz a dirigente.
Ela explica ainda que o PLC vem no sentido de resolver problemas enfrentado pelos motoristas como a falta de transparência das plataformas ao ‘puni-los’ com suspensão da atividade nos aplicativos.
“A forma como as plataformas atuam, sem dar direitos de se defender em caso de bloqueio ou de negociar tarifas, tampouco qualquer outro direito na relação entre trabalhadores e empresa, é muito ruim. Elas fazem o que querem hoje. A gente acredita que ter consciência de classe é o que soma forças para enfrentarmos esses problemas”, afirma Carina.
A dirigente ainda ressalta que isso significa reconhecer os motoristas de aplicativos como categoria, o que possibilita um poder maior de negociação para a reivindicação – e conquista – de direitos.

Em uma conquista significativa para os trabalhadores do setor de telemarketing, o Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing de São Paulo (SINTRATEL) anunciou, nesta segunda-feira (03/04), a conclusão bem-sucedida das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2024 com a empresa Evoluir Telemarketing. Este acordo marca um importante avanço nas condições de trabalho e benefícios para os funcionários dessas organizações.

O presidente do SINTRATEL, Marco Aurélio, destacou a importância deste acordo, considerando-o uma vitória expressiva para todos os trabalhadores e trabalhadoras do setor. "Fechar este acordo não foi apenas uma questão de negociação, mas uma luta pela dignidade e pelo reconhecimento do valor de nossos trabalhadores. Este é um passo significativo para garantir que a categoria tenha melhores condições de trabalho, salários justos e um ambiente de trabalho mais seguro e respeitoso", afirmou.

Este acordo reflete o compromisso contínuo do SINTRATEL em representar eficazmente seus membros e melhorar as condições de trabalho no setor de telemarketing em São Paulo. 

A conquista é um lembrete poderoso da importância da união e da negociação coletiva na busca por um ambiente de trabalho mais justo e equitativo.

Clique aqui e veja a íntegra do acordo:

 

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