O Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (Sintratel) recebeu, em 20 de agosto, o retorno oficial da Provider Soluções Tecnológicas Ltda., após convocação para Mesa Redonda de Negociação Permanente, motivada por denúncias de trabalhadores. O objetivo do Sindicato foi cobrar soluções diante de práticas que afetam diretamente a categoria.
Notificada em 12 de agosto, a empresa respondeu aos principais pontos levantados. O primeiro foi o uso do chamado Contrato de Treinamento, considerado prejudicial pelos trabalhadores. A Provider alegou que não se tratava de prática usual, mas de medida excepcional adotada em razão da migração contratual com alto volume de admissões, apenas para agilizar a documentação no e-Social. Garantiu ainda que essa prática não está mais em vigor.
Outro tema foi o atraso no vale-transporte. Trabalhadores relataram dificuldades de deslocamento devido à demora no recebimento do benefício. A empresa reconheceu o problema, explicando que o grande número de contratações — cerca de 500 em dois meses — gerou necessidade de folhas complementares, o que resultou em prazos de 3 a 5 dias para a concessão do benefício. Afirmou ter adotado medidas para que a situação não volte a ocorrer.
Também foi debatida a jornada de trabalho, já que alguns atendentes cumpriam sete dias consecutivos, prática ilegal e contrária à Convenção Coletiva. A Provider confirmou o problema, atribuindo-o à transição contratual herdada da gestão anterior. Informou que o setor de Planejamento está ajustando as escalas para adequação à legislação.
Apesar das justificativas, o Sintratel destaca que seguirá acompanhando de perto a conduta da empresa, pois entende que diálogo é fundamental, mas a defesa dos direitos da categoria exige firmeza e mobilização.
A Provider declarou compromisso com a legislação e disposição em manter diálogo. O Sintratel, por sua vez, continuará atento, ouvindo a categoria e exigindo mudanças reais no ambiente de trabalho, com mais respeito e valorização para os teleoperadores.